Referindo-se a um homem mau que escapa de um perigo, frequentemente dizem: "Se fosse um homem de bem, teria morrido". Ao dizerem isto até podem estar com a razão. Muitas vezes, Deus dá a um Espírito de pouco progresso uma prova mais longa do que daria a um Espírito mais evoluído. Uma pessoa boa pode receber como recompensa por seus méritos o benefício de uma prova mais curta. De qualquer forma, ao dizerem: "Se fosse um homem de bem, teria morrido", estão ofendendo a Deus.
Se morrer um homem de bem, cujo vizinho é um homem mau, todos dizem: Seria melhor que tivesse morrido o homem mau. Acontece que estão julgando de forma errada, pois aquele que partiu acabou sua tarefa, e aquele que ficou talvez nem a tenha começado. Por que o homem bom deveria permanecer mais tempo na Terra, ficando o homem mau com sua tarefa abreviada? O que diriam de um prisioneiro que, tendo cumprido sua pena, ainda permanecesse na prisão? E se fosse dada a liberdade a alguém que ainda não terminou de cumprir sua pena? Todos sabem que a verdadeira liberdade para o Espírito consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo físico, e que enquanto estiverem na Terra, resgatando dívidas, estarão em cativeiro.
Habituem-se a não julgar aquilo que não podem compreender, pois a grande verdade está no equilíbrio, e acreditem que Deus é sempre justo em todas as coisas que faz. Muitas vezes o que parece ser um mal é um bem. A capacidade de entendimento dos seres humanos é tão limitada que o conjunto do grande todo escapa de seus sentidos rudimentares. Façam um esforço para perceber, através do pensamento, a visão estreita que possuem. À medida que o ser humano vai alcançando uma compreensão maior, percebe que diminui a importância das coisas materiais. A vida atual é tão passageira que ela torna-se apenas um pequeno instante, se comparada com as diversas vidas que o Espírito terá que viver ao longo de suas infinitas existências.
Mensagem extraída do Evangelho Segundo o Espiritismo
