7 - Jesus também disse para aquele que o havia convidado: Quando você der um banquete, não convide seus amigos, nem seus irmãos, parentes ou vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que também eles o convidem, retribuindo assim o que receberam. Quando oferecer um banquete, convida os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos, e você será feliz, porque eles não terão como lhe retribuir. Sua recompensa virá nas encarnações futuras.
Um daqueles que estavam à mesa, tendo ouvido essas palavras, disse a Jesus: Feliz daquele que comer o pão no Reino de Deus! (Lucas, 14:12 a 15)
8 - Jesus disse: "Quando você oferecer um banquete, não convide seus amigos, mas sim os pobres e os estropiados". Essas palavras, que parecem absurdas se levadas ao pé da letra, são sublimes quando entendemos o seu verdadeiro sentido. Jesus não quis dizer que em vez dos amigos é necessário reunir à mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada e para os homens daquela época, incapazes de entender as sutilezas mais delicadas do pensamento, eram necessárias imagens mais fortes, como, por exemplo, convidar estropiados em vez de amigos. A essência do pensamento de Jesus se revela nessas palavras: "E você será feliz, porque eles não têm com o que lhe retribuir". Isto quer dizer que não se deve fazer o bem pensando em uma retribuição, mas sim pelo simples prazer de fazê-lo. Para tornar clara a comparação, Jesus diz: "Convida os pobres para o seu banquete, pois você sabe que eles não podem lhe retribuir". E por banquete é preciso entender não a refeição propriamente dita, mas a participação na abundância daquilo que você desfruta.
Todavia, esse ensinamento de Jesus pode ser aplicado num sentido mais verdadeiro. Quantas pessoas convidam para sentar à sua mesa somente aqueles que podem lhes honrar com sua presença ou que podem retribuir-lhes o convite! Todos nós possuímos amigos e parentes menos afortunados e muitos sentem grande satisfação em recebê-los. Essa é uma forma de ajudá-los disfarçadamente sem que eles percebam. Essas pessoas, sem precisarem ir recrutar os cegos e os estropiados, praticam o ensinamento de Jesus, pois o fazem por bondade, sem ostentação e sabem disfarçar o benefício por meio de uma sincera cordialidade.